sexta-feira, 30 de abril de 2010

Casa No Campo



Por Elis Regina
Composição: Zé Rodrix e Tavito

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ricky Vallen - Sonda-me, Usa-me.

"Você Ama a Deus?"


Por Ricardo Gondim

"Você me perguntou se eu O amava. Sim. Não hesito: amo a Deus com o que me resta de força, intuição e siso. Confesso não compreender o significado real desse verbo. Como soletrar amor? Como posso amar quem nunca vi? O que conheço de Deus para dizer tal coisa? Para piorar, nada sei sobre o amor.

Mas meu amor por Deus, por algum motivo, se alastra em minha alma. Saí das formulações categóricas a seu respeito. Desdenho das descrições metafísicas de uma filosofia medieval, do rigor dos catecismos beligerantes, das lógicas fundamentalistas. Empolgo-me com Deus porque já não o percebo com objeto de estudo. Ele não está lá, em algum recôndito espiritual, transcendental, paradisíaco, nirvânico, esperando ser adulado, pesquisado, definido. Percebo Deus na vida, com tudo o que ela tem de beleza e de horror. Vejo Deus nos verdes matizados da floresta, no vigor dos mares, na poeira que a bruma espalha, nas mudanças bruscas do tempo. Eu o intuo também nos rostos sofridos, nas festas alegres, nas derrotas desesperadas e nos triunfos espetaculares.

Meu amor por Deus, não sei explicar, enraíza-se em minha alma. Quebrei as réguas legalistas da religião, elas sobrecarregavam meus ombros; eram jugos que me azucrinavam. Eu vivia com paranóia. Não o tenho como o Grande Olho, que tudo vigia e tudo cobra. Despedi o Deus intolerante com as inadequações, iracundo com os tropeços de homens e mulheres que, apesar de tudo, lutam pela vida. Diante de olhos paternos, tabus e interditos abrandaram, culpas infundadas e autocomiseração manipulada enfraqueceram. A religiosidade da sofreguidão empoeirou-se em minha alma. Rasguei as cortinas que só vazavam a luz mortiça de um mundo espiritual cruel. Adornei o tabernáculo da minha espiritualidade com vitrais coloridos. Convidei músicos. Recitei poesia. Quero transformar meu culto em festa.

Meu amor por Deus, com segurança, se intensifica. Aprendi que ele não é um títere. Tardei, mas aceitei que a história não está escrita e selada. Resignifiquei a liberdade como desafio para a responsabilidade. Voltei as costas para a Divindade que atropela, misteriosa, que esconde desígnios, que manipula fatos e que usa as pessoas para satisfazer projetos gloriosos. A linguagem hermética da teleologia, os paradoxos da teodicéia, o anacronismo da doutrina da predestinação sumiram da minha rede de sentidos. Sinto-me livre para relacionar-me com o Dançarino. Ele me convida para ser seu par na valsa do grande baile universal.

Meu amor por Deus, agora sei, tornou-se mais inspirado. Distancio-me de chavões, reluto contra os clichês que já usei para me convencer de convicções que nunca possuí. Ciente de meus sentimentos irregulares, eu me escondia na linguagem piedosa. Ah, como tentava ostentar o que não era. Assumi a fragilidade de minhas certezas. Engatinho na leveza dessa relação com o Amigo mais chegado que um irmão. Reconheço que em determinados momentos meu amor não passa de puro sentimentalismo - que também se mistura com militância e racionalidade. Sou assim, mas eu me sinto sinto liberto e feliz de saber que aprendo a amá-lo do meu jeito, sem despersonalizar-me."

terça-feira, 27 de abril de 2010

Essa tal Liberdade


Por: Paulo Sergio Valle / Chico Roque [Composição]

O que é que eu vou fazer com essa tal liberdade
Se estou na solidão pensando em você
Eu nunca imaginei sentir tanta saudade
Meu coração não sabe como te esquecer

Eu andei errado, eu pisei na bola
Troquei quem mais amava por uma ilusão
Mas a gente aprende, a vida é uma escola
Não é assim que acaba uma grande paixão

Quero te abraçar, quero te beijar
Te desejo noite e dia
Quero me prender todo em você
Você é tudo o que eu queria

O que é que eu vou fazer com esse fim de tarde
Prá onde quer que eu olhe lembro de você
Não sei se fico aqui ou mudo de cidade
Sinceramente amor, não sei o que fazer

Eu andei errado, eu pisei na bola
Achei que era melhor tocar outra canção
Mas a gente aprende, a vida é uma escola
Eu troco a liberdade pelo teu perdão


Quero te abraçar, quero te beijar
Te desejo noite e dia
Quero me prender todo em você
Você é tudo o que eu queria.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Todas as Cartas de Amor...


Por Fernando Pessoa

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

domingo, 25 de abril de 2010

Envelhecendo de Minuto a Minuto

Nietzsche


...consideremos quão ingênuo é dizer:

O homem deveria ser de tal ou de tal modo!

‘A realidade nos mostra uma encantadora riqueza de tipos,

uma abundante profusão de jogos e mudanças de forma,

e um miserável serviçal de um moralista comenta:

Não! O homem deveria ser diferente.

‘Esse beato pedante até sabe como o homem deveria ser:

Ele pinta seu retrato na parede e diz:

Ecce Homo!‘ [eis o homem].

Como Nasce Um Homem Romântico

Clarice Lispector


Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Estou Cansado!


Por Ricardo Gondim

Cansei! Entendo que o mundo evangélico não admite que um pastor confesse o seu cansaço. Conheço as várias passagens da Bíblia que prometem restaurar os trôpegos. Compreendo que o profeta Isaías ensina que Deus restaura as forças do que não tem nenhum vigor. Também estou informado de que Jesus dá alívio para os cansados. Por isso, já me preparo para as censuras dos que se escandalizarem com a minha confissão e me considerarem um derrotista. Contudo, não consigo dissimular: eu me acho exausto.

Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos. Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes.

Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel me deixa arrasado porque sei que é uma propaganda enganosa. Cansei com os programas de rádio em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos horríveis. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.

Canso com a leitura simplista que algumas correntes evangélicas fazem da realidade. Sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração satânica, e não como fruto de uma construção social perversa. Não consideram os séculos de preconceitos nem que existe uma economia perversa privilegiando as elites há séculos. Não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam sobre o Brasil e o mundo.

Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento “científico” da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças.

Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais.

Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros que vêm ao Brasil para soprar sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas “caiam sob o poder de Deus” para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas em seus países de origem.

Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo todos os dias várias mensagens eletrônicas de gente me perguntando se pode beber vinho, usar “piercing”, fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor.

Canso com os livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes. Cansei de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil.

Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza.

Canso de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança. Cansei de ter de dar satisfações todas as vezes que faço qualquer negócio em nome da igreja. Tenho de provar que nossa igreja não tem título protestado em cartório, que não é rica, e que vivemos com um orçamento apertado. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explanar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente.

Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Cansei com as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.

Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um cínico. Decidi lutar para não atrofiar o meu coração.

Por isso, opto por não participar de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. Jamais oferecerei meu nome para compor a lista dos preletores de qualquer conferência. Abro mão de querer adornar meu nome com títulos de qualquer espécie. Não desejo ganhar aplausos de auditórios famosos.

Buscarei o convívio dos pequenos grupos, priorizarei fazer minhas refeições com os amigos mais queridos. Meu refúgio será ao lado de pessoas simples, pois quero aprender a valorizar os momentos despretensiosos da vida. Lerei mais poesia para entender a alma humana, mais romances para continuar sonhando e muita boa música para tornar a vida mais bonita. Desejo meditar outras vezes diante do pôr-do-sol para, em silêncio, agradecer a Deus por sua fidelidade. Quero voltar a orar no secreto do meu quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor de meu Pai.

Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa.

INVENÇÃO DA PSICANÁLISE

Sigmund Freud

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A SIMPLICIDADE PROFUNDA E ESMAGADORA DE JESUS


*Por Caio Fabio

A cada dia mais me impressiona a simplicidade de Jesus em relação a tudo. Ele negou-se a tratar de quase tudo o que a filosofia e a teologia tratam com avidez. A origem do mal Ele simplesmente desprezou em qualquer que seja a explicação “metafísica”. Simplesmente disse que o mal existe. E o tratou com realidade óbvia.

O problema da dor foi por Ele tratado com as mãos, não com palavras e discursos.As desigualdades sociais foram todas reconhecidas, mas não se o vê armando qualquer ação popular contra elas.Seus protestos eram todos ligados à perversão do coração, mas nunca se tornavam projeto político, ou passeatas, ou bandeiras.

A “queda” não é objeto de nenhuma especulação da parte Dele. Bastava a todos ver as conseqüências dela. Sobre a morte sua resposta foi a paz e a vida eterna.Jamais tentou justificar o Pai de nada. Apenas disse que Ele é bom e justo.Mandou lutar contra os poderes da hipocrisia e do desamor, mas não deu nenhuma garantia de que se os venceria na Terra.

Sua grande resposta à catástrofe humana foi a promessa de Sua vinda, e nada mais.Nunca pediu que se estabelecesse o Reino de Deus fora do homem, mas sempre dentro dele; pois, fora, o reino, por hora, era do príncipe deste mundo.Não buscou ninguém com poder a fim de ajudar qualquer coisa em Sua missão.

Adulto, foi ao templo apenas para pregar aquilo que acabaria com o significado do templo como lugar de culto.Fez da vida o sagrado, e de todo homem um altar no qual Deus é servido em amor.Chamou o dinheiro de “deus”, mas se serviu dele como simples meio.Pagou impostos; mas nunca cobrou nada de ninguém, exceto amor ao próximo.A morte para Ele não era mesma coisa que é para nós. Morrer não era mal. Viver mal é que era mau.

Em Seus ensinos Ele sempre parte do que existe como realidade e nega-se fazer qualquer viagem para aquém do dia de hoje. Para Ele o mundo se explicava pelas ações dos homens, e prescindia de analises; pois, tudo era mais que óbvio. Não teologizou sobre nada. E todas as Suas respostas aos escribas e teólogos eram feitas de questões sobre a vida e seu significado agora; e sempre relacionado ao que se tem que ser e fazer.

Quando indagado de onde vinha o “joio”, Ele simplesmente diz: “Um inimigo fez isso...” — referindo-se ao diabo. Prega a Palavra, e não tenta controla-la.Vê pessoas crerem, mas não tem nenhuma fixação em fazê-las suas seguidoras físicas e geográficas.Não tem pressa, embora saiba que o mundo precisa conhecer Sua
Palavra.Cita as Escrituras sem nenhuma preocupação com autores, contextos ou momentos históricos.

Arranca certezas da Palavra baseadas em um verbo “ser” — aludindo ao fato de Deus ser Deus de vivos e não de mortos, pois, “para ele todos vivem”. Ensina que a morte é o fundamento da vida, e tira dela o poder de matar, dando a ela a força das sementes que ao morrerem dão muito fruto.E assim Ele vai...E assim nEle é! NEle, para quem a filosofia é a vida em amor

FRASES E PROCEDIMENTOS PARA SOBREVIVER A UMA MULHER COM TPM:



PERIGOSO: O que tem pro jantar?
SEGURO: Posso te ajudar com o jantar?
SEGURÍSSIMO: Onde você quer ir pra jantar?
ULTRA-SEGURO: Aqui... Come esse chocolate.

PERIGOSO: Você vai vestindo ISSO?
SEGURO: Nossa, você fica bem de marrom.
SEGURÍSSIMO: Uau! Tá uma gata!
ULTRA-SEGURO: Aqui.... Come esse chocolate.

PERIGOSO: Tá nervosa por quê?
SEGURO: Será que não estamos exagerando?
SEGURÍSSIMO: Vem, deixa eu te fazer um carinho...
ULTRA-SEGURO: Aqui... Come esse chocolate.

PERIGOSO: O que você fez o dia todo?
SEGURO: Espero que você não tenha trabalhado demais, hoje.
SEGURÍSSIMO: Adoro quando você usa esse robe!
ULTRA-SEGURO: Come mais um pouco de chocolate.

A Mulher Que Eu Amo



Por Roberto Carlos
Adaptação: Anderson

A mulher que eu amo tem a pele cheirosa

é bonita é maravilhosa...

A mulher que eu amo tem tudo que eu quero

e até mais do que espero...

A mulher que eu amo tem um lindo sorriso

é tudo que eu preciso...

A mulher que eu amo tem nos olhos a calma

Ilumina minh'alma...


Tem a luz das estrelas

e a beleza da flor

ela é minha vida

ela é meu amor


A mulher que eu amo é o ar que eu respiro

e nela me inspiro pra falar de amor

Quando vem pra mim é suave como a brisa

E o chão que ela pisa...

...se enche de flor

A mulher que eu amo enfeita minha vida

meus sonhos realiza...

...e me faz tanto bem

Seu amor é pra mim o que há de mais lindo

se ela está sorrindo...

...eu sorrio também


tudo nela é bonito, tudo nela é verdade

e com ela eu acredito, na felicidade.

Marco Luque - Programa do Jô

Jackson Five - Motoboy

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Quebra de Paradigma - Motivação

GRUPO DE ESTUDOS IACEP‏

CLÍNICA PSICANALÍTICA



A Clínica Tríade - Psicanálise promove seis seminários sobre a Clínica de Freud e Lacan que começam no sábado. Os encontros serão mensais, sempre aos sábados, das 09h - 12h e das 14h - 17h.

As inscrições podem ser feitas na livraria Porto do shopping Catuaí. Custa R$ 60 para estudantes e R$ 70 para profissionais. Mais informações pelo telefone (43) 3324-6328 ou pelo e-mail ampl@sercomtel.com.br

Contribuição: JL.

DÍZIMO: CONTRIBUIÇÃO DA LEI OU DA GRAÇA?



*Por Luciana R. A. Viana

Para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade. (I Timóteo 3:15)

O objetivo deste estudo não é o de se contrapor ao dízimo, mas de esclarecer a verdade da forma certa de como contribuir pela graça, não por coação psicológica e doutrinária, utilizada por muitos líderes de igrejas, através de versículos da lei judaica, mas sim contribuir sem constrangimento exposto em (II Coríntios 9:7).

O cristão não é obrigado a dar o dízimo, nem por medo do “devorador” (Malaquias 3:11) ou de ser amaldiçoado, porque o dízimo é um mandamento da lei judaica, além disso, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo e Ele já nos abençoou com todas as bênçãos nas regiões celestiais (Romanos 8:1) e (Efésios 1:3). Nem rouba a Deus o cristão que não dá o dízimo... não temos o dever de chamar de ladrão a quem Jesus libertou, se ele contribui com 0% ou 100% é uma atitude pessoal, ele é livre para decidir. Jesus condenou a atitude dos judeus escribas e fariseus que dizimavam até o cominho e não ofertavam o seu amor ao próximo. (Mateus 23:23), infelizmente, muitos cristãos têm repetido esta mesma atitude.

Não há um só versículo no Novo Testamento, que registre a obrigatoriedade do cristão dizimar.

Por outro lado, se o cristão deixa de contribuir ou diminui esta contribuição, por que descobre que não é obrigado, está agindo de má fé para com Deus, como fez Ananias e Safira, ele deve contribuir sim e feliz porque sabe que pode fazê-lo por amor a Deus e não por imposição de homens, e segundo o que propuser em seu coração. Toda a contribuição para a Igreja era feita unicamente através de ofertas e partilha de bens. Nós, cristãos, devemos ter o cuidado de não ficarmos como passarinho no ninho: obrigados a engolir o que colocam na nossa boca.

Pela Lei, o dízimo era destinado à tribo levítica, aos sacerdotes desta tribo.

Eles recebiam e se mantinham dos dízimos, porque não tinham herança e cuidavam do Templo de Deus, a Casa do Senhor, para onde os dízimos eram levados (Números 18:21/30). O Templo foi destruído e não existem mais os sacerdotes levitas. Pela Graça, a instituição do dízimo é ilegal e sem respaldo bíblico, porque todos nós somos sacerdotes de Cristo. (Apocalipse 1:6), pois não há mais necessidade desta tribo sacerdotal. O Dízimo foi estabelecido para os judeus; não para a igreja de Jesus Cristo. (Hebreus 7:5).

Devemos compreender a diferença entre contribuir em LEI e o contribuir em GRAÇA, para não ficarmos debaixo de maldição, e obrigados a guardar toda a lei, se escolhermos seguir um mandamento dela, como disse o apóstolo Paulo em (Gálatas 5:3/4), pois quem cumpre um mandamento da lei é obrigado a guardar toda a lei.

Somos servos do Senhor Jesus, não escravos de homens. (I Coríntios 7:23); (Gálatas 5:1) e foi para a liberdade que Ele nos chamou.

Na Lei, o DÍZIMO era a causa principal da bênção do povo judeu e a bênção era consequência deste DÍZIMO (Malaquias 3:10). A maneira certa do povo judeu contribuir na LEI era dando o Dízimo para ser abençoado.

Na GRAÇA, o Sacrifício de Cristo é a causa principal da bênção do povo cristão.

Paulo, em (Efésios 1:3) nos afirma que Deus nos abençoou “EM CRISTO”, não “EM DÍZIMO”, por este motivo, a maneira correta do povo cristão contribuir em GRAÇA é no uso de (II Coríntios 9:7), porque abençoados já somos.

Ao invés de incentivar os cristãos, com amor, a contribuírem na casa de Deus, muitas autoridades dizem que não o obrigam o pagamento do dízimo, mas usam textos do antigo testamento, como: ...repreenderei o devorador; ...roubais ao Senhor nos dízimos.. etc, que produzem temor nas pessoas e medo de maldição, porque tais autoridades dependem de altos salários pagos pelas igrejas ou têm receio que a obra do Senhor seja prejudicada se não houver imposição ou, por despreparo repetem os erros dos outros líderes, a todos faltando fé suficiente de que Deus prosperará a igreja, através da contribuição espontânea dos irmãos, como ocorria na igreja primitiva. O resultado disso tudo é o engano, o desvio da Verdade.

Cristo não colocou “VINHO NOVO”(A GRAÇA) em “ODRES VELHOS”(A LEI). (Marcos 2:22).

Jesus estabeleceu tudo novo e jogou fora o que era velho (Gálatas 4:30); (Hebreus 8:13). Não podemos fazer do cristianismo uma seita judaica. Paulo afirma (Gálatas 2:14). Toda esta confusão sobre o Dízimo seria erradicada do nosso meio se nos empenhássemos mais em conhecer profundamente a Palavra, sermos adultos na fé e não meninos. Se quisermos nos aprofundar na Palavra, devemos confrontar sempre o que as pessoas ensinam com o que a Bíblia realmente diz (I João 2:27), fazermos como os crentes de Beréia.

Origens do dízimo

DÍZIMO é um preceito da LEI de Moisés (Números 18:24), embora Abraão tenha dizimado antes da Lei, no lugar do número dos sacerdotes, os quais se encontravam nos seus lombos. (Hebreus 7:9/10). O Dízimo passou a ser um pacto (Deuteronômio 12:6/17), um contrato, entre Deus e os israelitas (Deuteronômio 14:22/28). Todavia, nem os gentios, e nenhum representante da Igreja de Cristo estavam lá para ouvir este pacto, ficando assim, a Igreja atualmente, comprometida com o dízimo. Porém, como Jesus cumpriu toda a lei (Romanos 10:4), ao estabelecer uma Novo Testamento (Hebreus 8:13), nem mesmo o judeu tem qualquer compromisso com a observância do Dízimo, uma vez convertido a Cristo.

DISPENSAÇÃO: É um período em que o homem é provado na sua obediência a certa revelação da vontade de Deus. Encontra-se três vezes no Novo Testamento, em (Efésios 1:10); (Efésios 3:2) e (Colossenses 1:25).

POVOS nas Escrituras Sagradas: judeus, gentios e Igreja (judeus + gentios).

O DÍZIMO surgiu na dispensação da Promessa, de Abraão até Moisés. Deus estava para estabelecer o número de sacerdotes (10% da tribo de Levi), na dispensação da Lei, dentre os filhos de Levi, que já se encontravam nos lombos (no corpo) de Abraão, seriam seus descendentes (Hebreus 7:9/10) com a finalidade de ministrarem no Templo onde passariam a habitar. Foi o principal motivo, pelo qual, o Espírito inspirou Abraão a pagar a Melquisedeque o dízimo (Hebreus 7:4), referente a 10% dos sacerdotes da tribo de Levi que estavam nos seus lombos. Quando o dízimo foi instituído na Lei, os levitas ficaram isentos de pagá-lo, como diz o texto: ...Levi que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. (Hebreus 7:5/9).

Ficaram isentos porque o dízimo deles foi pago na pessoa de Abraão a Melquisedeque, que era a figura do sacerdócio eterno de Cristo. Os sacerdotes levitas foram os únicos autorizados por Deus, aqui na terra, segundo as Escrituras, a receberem dízimo (II Crónicas 31:5/6) e (II Crónicas 31:12); (Neemias 10:37) e (Neemias 12:44), não o Sistema eclesiástico atual.

Muitos irmãos indagam: “Mas porque Deus tem me abençoado, depois que tenho dado o dízimo?”

Ora, se a Palavra diz que Deus é misericordioso até com os maus (Mateus 5:45), quanto mais com um filho seu, que é generoso para contribuir na Obra do Senhor, mesmo que não tenha conhecimento real da profundidade desta contribuição, sendo o seu coração sincero diante de Deus, Deus o prosperaria independentemente do que ele oferta ou do que vota. Deus está mais interessado na misericórdia dos nossos corações, que nos sacrifícios de nossas mãos, como dito em (Mateus 9:13).

Foi extinto o sacerdócio levítico, que era da lei, para que um outro sacerdócio fosse levantado, segundo a Graça, Eterno (Hebreus 7:11/12). Somos livres em tudo, inclusive na forma de contribuir:

Não há limite de contribuição, é segundo o que você propõe no seu coração, 0% ou 100%. A obrigação do dízimo, não mais existe. É um preceito da Lei judaica! (II Coríntios 9:7)

Como contribuir? Em Lei ou em Graça?

Para você entender melhor, usamos o seguinte exemplo:

O Adultério:

Na Lei: Para não adulterar, o meio utilizado foi o apedrejamento (Levítico 20:10).

Na Graça: Para não adulterar, o meio utilizado foi o amor a Cristo (II Coríntios 5:14).

Contribuição:

Na Lei: Para contribuir, o meio utilizado foi o medo do devorador (Malaquias 3:10/11).

Na Graça: Para contribuir, o meio utilizado é o amor a Cristo (II Coríntios 9:7).

No Adultério e na Contribuição, mudou o meio, mas o objetivo foi o mesmo: Não adulterar e sempre contribuir.

É isto que Deus quer revelar à sua igreja. Você vive debaixo da GRAÇA e não debaixo da LEI. Porque quando se faz uso da lei estando em graça, para alcançar certo objetivo, mesmo que certo, mas se o meio utilizado estiver errado, o resultado é a separação de Cristo e o cair da graça, sendo assim, a pessoa é obrigada a cumprir toda a lei, como nos afirma o Espírito Santo através de Paulo em (Gálatas 5:3/4). É por este motivo que se torna um erro gravíssimo o uso de (Malaquias 3:10) em plena GRAÇA em que vivemos, neste sentido (Malaquias 3:10), tornou-se no meio evangélico, “o pezinho de coelho” e “ferradura da sorte” para muita gente, principalmente para o Sistema Religioso atual, que não consegue viver por fé, porque a fé não é de todos (II Tessalonicenses 3:2) é só dos eleitos de Deus (Tito 1:1).

Infelizmente, muitos se comportam como aqueles que queriam atirar a primeira pedra na mulher adúltera, provavelmente, se Jesus estivesse aqui diriam: “Mestre, este irmão ou irmã foi apanhado(a) em flagrante roubo, não tem dado o dízimo, vive roubando a Deus, (Malaquias 3:10) diz que tais sejam entregues ao devorador e que Deus não deve abrir as janelas dos céus para abençoá-las. Tu, pois o que dizes?” Creio que Jesus daria esta resposta: “O que você tem a ver com isso?”. Assim como ninguém vive perguntando se você é adúltero, também não deve viver perguntando se você é dizimista. Muitos chegam até ao absurdo a constranger o irmão ou irmã, expondo-o à vergonha de ter o seu nome numa relação de não dizimistas pregada na porta da igreja, quando não, tiram-lhe o ministério ou o discriminam, mas quando é um(a) irmão(ã) que dá um dízimo elevado, este, muitas vezes, é o mais honrado na igreja.

Notemos que O Deus que fala em (Malaquias 3:10), é o mesmo que diz em (Malaquias 2:16) “... Pois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel...” e quase não ouvimos falar deste assunto nas igrejas. Repetimos: não se faz aqui, apologia à AVAREZA, porque isso não é de Deus e os avarentos, diz a Bíblia, não herdarão o Seu Reino, podemos dar até tudo o que temos, por amor, ao Senhor e isto alegra o coração de Deus: como alegrou o coração de Jesus observar a viúva pobre que deu tudo o que tinha. O que é errado é a forma escandalosa e nada cristã, relativa às contribuições. O crente em Jesus dá com alegria e amor, até mais de 10%, se puder.

Mateus 23:23

Jesus, acima, está falando para os fariseus daquela época, não para a igreja, que até então, não havia sido totalmente formada com fundamentos da graça, o ministério de Cristo não havia ainda sido consumado. (o véu do templo não havia sido rasgado) , tanto que Jesus ordenou ao homem que era leproso para apresentar-se ao sacerdote e fazer oferta pela purificação, conforme a Lei (Lucas 5:14).

Os conservadores do dízimo ainda dizem: O DÍZIMO é uma tradição que devemos manter para não transgredir. O mesmo argumento utilizaram para Jesus em relação ao Sábado (Marcos 2:24) e o Lavar as mãos antes de comer (Mateus 15:2). Porque o Sábado fazia parte da Torá (lei judaica) e o Lavar as mãos fazia parte da Halaká (comportamento judaico). Veja o que o dinheiro faz, a ponto de esquecerem que, tanto o Dízimo como o Sábado e o Lavar as mãos eram tradições judaicas e não gentílicas. O DÏZIMO passou a ser a única tradição judaica que o Sistema Religioso vem mantendo até hoje no seio da Igreja gentílica. Não é um absurdo???

Fazem uma lavagem cerebral religiosa porque o dízimo é a galinha dos ovos de ouro para muitos: é a única tradição que traz estabilidade financeira, mas não para Deus, porque Ele de nada necessita, pois é o dono de todas as coisas. Nem tampouco é servido por mãos humanas, (Atos 17:25).

Infelizmente, muitas igrejas têm se tornado bem parecidas com a Antiga Igreja Romana, que usava as indulgências como fonte de lucro, induzindo os fiéis a contribuírem por medo da maldição, a comprarem sua salvação do Inferno e do Purgatório. Se um crente amaldiçoado pelo falta do seu dízimo, é ladrão, como pode estar liberto? Isto nos faz julgar o irmão e afirmar que o sacrifício de Cristo não foi suficiente na sua vida, como faz a Igreja Romana.

Pare!... Confira na Palavra e reflita sobre tudo o que foi escrito aqui, Não permaneça debaixo da lei, mas se dizimar, faça-o com uma consciência liberta, mesmo que preguem ou façam o contrário.

A Verdade deve sempre prevalecer, como disse o apóstolo Paulo: “Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gálatas 4:16); (Romanos 7:4); (Gálatas 5:1).

*Engenheira

terça-feira, 20 de abril de 2010

ESPELHOS


Por Clarice Lispector

Dá-me a Tua Mão
Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Crônica do Amor


Por Arnaldo Jabor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim.

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

ÔNIBUS 174


Sinopse:
Uma investigação cuidadosa, baseada em imagens de arquivo, entrevistas e documentos oficiais, sobre o seqüestro de um ônibus em plena zona sul do Rio de Janeiro. O incidente, que aconteceu em 12 de junho de 2000, foi filmado e transmitido ao vivo por quatro horas, paralisando o país. No filme a história do seqüestro é contada paralelamente à história de vida do seqüestrador, intercalando imagens da ocorrência policial feitas pela televisão. É revelado como um típico menino de rua carioca transforma-se em bandido e as duas narrativas dialogam, formando um discurso que transcende a ambas e mostrando ao espectador porque o Brasil é um país é tão violento.


Esta analise é realizada a partir das aulas de Psicologia Social, ministrada pela prof. Flávia Carvalhaes, quando foi exibido o documentários ÔNIBUS 174...

A tentativa de estabelecer uma ponte entre os conceitos de Identidade, representações sociais, Ideologia dentro da Psicologia Social, com o episódio do Ônibus 174, nos deparamos com a complexidade que os diversos fatores que atravessam cada um dos envolvidos, se entrelaçam, produzindo seqüencia de acontecimentos inesperados, indesejados, incalculáveis... Porém previsíveis e evitáveis.

Ao analisar o comportamento do Sandro, pode-se identificar que a identidade é um processo subjetivo mutável, que a partir dos diversos comportamentos instáveis variam da empatia á violência. A identidade reafirma-se a partir dos contextos das relações sociais, onde é atravessada por questões ideológicas e linguagens e representações sociais.

Quanto as representações sociais, é observável que a sociedade tem uma imagem pré-produzida do bandido; de forma preconceituosa a sociedade estabelece critérios de certos e errados, e todos quantos não estão de acordo com essa faixa de normalidade são taxados de bandidos, através do seu estereótipo. De forma chocante o filme expressa a ira e a justiça própria das pessoas, todos os envolvidos no documentário desejavam fazer justiça com as próprias mãos; o interessante é que a sociedade não vê o Sandro como um produto da sociedade, criado por nós mesmos, se o Sandro era o protagonista culpado do enredo, nós sociedade também somos culpados quando produzimos desigualdade e negamos direitos e dignidades a Sandro’s da vida.

O filme trabalha com sistemas ideológicos, essa observação é possível através das construções sociais. De forma inegociável a sociedade estabelece sistemas de homogeneidade, Sandro não se enquadrava nesse sistema ideológico, pois desde criança sofria na pele a perda dessas ideologias; a mãe é degolada na sua frente quando tinha apenas seis anos de idade, na seqüência vai morar coma tia, porém foge para rua, onde fica invisível até aos 22 anos de idade, essa invisibilidade foge das compreensões ideológicas.

domingo, 18 de abril de 2010

O TEATRO MÁGICO

O Teatro Mágico esteve em Londrina no Teatro Marista esse final de semana (18/04/2010). Confesso que não conhecia o grupo. Apesar de não ter assistido sua apresentação, pesquisei na net e observei que essa galera gente boa, tem uma proposta artística e musical sensacional. Letras inteligentes, somada com músicas de qualidades e muita arte.

Verifique aqui no blog um pouco da sua história, depois procure no youtube e aprecie suas músicas.



O Teatro Mágico é um grupo musical brasileiro formado em 2003 na cidade de Osasco, São Paulo. O Teatro Mágico é um projeto que reúne elementos do circo, do teatro, da poesia, da música, da literatura e do cancioneiro popular tornando possível a junção de diferentes segmentos artísticos num mesmo espetáculo.

O Teatro Mágico foi criado por Fernando Anitelli, ator, músico e compositor das canções do show. A trupe que o acompanha, foi formada em dezembro de 2003 por amigos e artistas que acreditaram no projeto. De forma independente, sem apoio de gravadora ou campanhas midiáticas, já alcançaram números que muitas bandas "consagradas" não conseguiram ainda. O boca a boca e a Internet foram fundamentais na divulgação do trabalho, cada vez mais conhecido e respeitado, se consolidando como uma das bandas mais importantes da cena independente do Brasil.

sábado, 17 de abril de 2010

A Vida de David Gale



Sinopse: “David Gale (o premiado Kevin Spacey) é um brilhante professor de Filosofia. Tem livros publicados, é respeitado, extremamente inteligente… mas está no corredor da morte, aguardando sua execução. Ele é acusado de ter estuprado e assassinado uma colega de trabalho e ex-aluna (Rhona Mitra). Às vésperas de sua morte, David pede a presença da repórter Bitsey Bloom (Kate Winslet) para que ele lhe conceda uma entrevista exclusiva, onde finalmente contaria toda a verdade sobre o caso. Trata-se de uma história inacreditável e fantástica, envolvendo alcoolismo, a mulher que o abandonou, a melhor amiga e confidente (Laura Linney), que está morrendo de leucemia, um advogado incompetente (Leon Rippy) e um governador que adoraria eletrocutá-lo.
Quanto mais Bitsey ouve a história de David, mais ela fica estarrecida. Porém, faltam apenas quatro dias para a execução do prisioneiro, e talvez a jornalista não tenha tempo de fazer nada para inocentá-lo.”

Metamorfose Ambulante


Por Raul Seixas

Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

Eu vou lhe dizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
_______________________________________________________
Raul sempre foi uma cara muito polêmico, a percepção que se tem, é que Raul viveu a frente de seu tempo. Suas músicas, suas composições, sempre com um teor muito crítico, denununciando estruturas de conjunturas da sua época.

Além da abordagem critica musical, as letras que compõem suas músicas, também é encharcada de uma carga humana-existencial. Raul consegue expressar através da arte musical, as ânsias, angústicas, tristezas, felicidades, certezas e incertezas que atravessam a alma humana.

De fato essa compreensão veio ser pontencializada, após algumas aulas de psicologia social. Durantes as aulas trabalhamos com conceitos foucaultianos, de que o homem é produto e produtor da história, de modo que a música de Raul demonstra de forma artística que somos atravessados de muitos sentimentos, emoções, a todo instante nosso comportamento esta sofrendo essa mutação ambulante.

Alguns momentos estamos alegres, no instante seguinte a tristeza invade nossa alma, por vezes estamos satisfeitos com o que temos ou com o que somos, entrentanto num "piscar-de-olhos" estamos angustiados e insatisfeitos com nossas conquistas, por que de fato, Paulo Freiro tinha toda razão quando disse: "A pessoa não é, ela esta sendo".

O JEITO PSICÓLOGO DE SER...


Psicólogo não adoece, somatiza;
Psicólogo não transa, libera libido;
Psicólogo não estuda, sublima;
Psicólogo não dá vexame, surta;
Psicólogo não esquece, abstrai;
Psicólogo não fofoca, transfere;
Psicólogo não tem idéia, tem inshigth;
Psicólogo não resolve problemas, fecha gestált;
Psicólogo não muda de interesse, altera figura-fundo;
Psicólogo não se engana, tem ato falho;
Psicólogo não fala, verbaliza;
Psicólogo não conversa, pontua;
Psicólogo não responde, devolve a pergunta;
Psicólogo não desabafa, tem catarse;
Psicólogo não é indiscreto, é espontâneo;
Psicólogo não dá palpite, oferece alternativa;
Psicólogo não fica triste, sofre angústia;
Psicólogo não acha, intui;
Psicólogo não faz frescura, regride;
Psicólogo não mente, resignifica;
Psicólogo não paquera, estabelece vínculo;
Psicólogo não pensa Nisso, Respira Nisso.
Psicólogo não é gente, é estado de espírito!!!!!!

EPITÁFIO


Por Titãs
Composição: Sérgio Britto

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...

Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe alegria
E a dor que traz no coração...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...

Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier...

O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr...

O EVANGELHO MALTRAPILHO



O evangelho maltrapilho foi escrito para pessoas aniquiladas, derrotadas e exauridas. Pessoas que se acham indignas de receber o amor de Deus. Quem sabe, ignoradas pela comunidade de cristãos por não se encaixarem no perfil de super-homem ou de supermulher que lhes é constantemente exigido. Pessoas cansadas da espiritualidade superficial e consumista. Pessoas que travam inúmeras batalhas interiores por não se sentirem parte de uma comunidade afetiva e acolhedora.

É um livro escrito para quem quer que tenha ficado cansado e desencorajado ao longo do Caminho.

Franco e provocador, o aclamado filósofo e teólogo cristão Brennan Manning estréia em língua portuguesa com sua principal obra, que nos convida a depositar nossa esperança na amplitude da graça, capaz de alcançar pecadores e pobres em espírito, e de resgatar nossa dignidade original.

SER PSICOLOGO


Por Walmir Monteiro

"Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso, é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar,
as nossas expressões, e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos
para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.

Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas isso, é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais
precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,
seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.

Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos instrumentos capazes de
favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção
que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.

Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,
ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra,
do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,
sejam segredos que me acompanhem até o fim.

E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de
ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que
não tinha com quem contar para dividir sua solidão,
sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir
que isso só começa quando a gente consegue
realmente se conhecer e se aceitar."

Welcome To The Jungle


Por Guns N' Roses
Composição: Axl Rose / Duff McKagan / Izzy Stradlin / Slash / Steven Adler

Bem-vinda à selva
Nós temos diversões e jogos
Nós temos tudo o que você quiser
Querida, sabemos os nomes

Nós somos as pessoas que podem encontrar
Qualquer coisa que você precisar
Se você tiver o dinheiro, querida
Nós temos sua doença

Na selva
Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus joelhos
Venha, eu quero ver você sangrar

Bem-vinda à selva
Nós a enfrentamos dia após dia
Se você quiser, você vai sangrar
Este é o preço que você pagará

E você é uma garota muito sexy
Muito difícil de satisfazer
Você pode provar as luzer brilhantes
Mas você não vai tê-las de graça

Na selva , Bem-vinda à selva
Sinta minha, minha, minha, minha serpentina...
Venha, eu quero ouvir você gritar

Bem-vinda à selva
Fica pior a cada dia
Você aprende a viver como um animal
Na selva em que jogamos

Se você tem fome pelo o que vê
Você vai tê-lo, finalmente
Você pode ter o que quiser
Mas é melhor não tirá-lo de mim

Na selva, Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus joelhos
Venha, eu quero ver você sangrar

E quando você está no alto, você nunca
Nunca quer voltar pra baixo
pra baixo, pra baixo,
SIM, pra baixo!

Você sabe onde você está?
Você está na selva, baby
Você vai morrer

Na selva, Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus
Sha-na-na-na-na-na-na-na-joelhos, joelhos

Na selva , Bem-vinda à selva
Sinta minha, minha, minha, minha serpentina...
Na selva , Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus... joelhos, joelhos
Na selva , Bem-vinda à selva
Veja ela derrubar seus
Ela está indo abaixá-lo, hum!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O SONHO

Por Clarice Lispector

Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.

O TEMPO PASSA, O TEMPO VOA, SE NÃO TOMARMOS CUIDADO A VIDA PASSA NUMA BOA.

*Por Anderson Souza

Nascemos, crescemos, vivemos e morremos, esse é ciclo natural da vida humana (salvo algumas exceções), a vida humana pelo menos na contemporaneidade não excede aos 70, 80 e/ou 90 anos de idade medianamente.

Apesar dos avanços científicos no campo dos cosméticos, e da medicina moderna travando gigantescas batalhas no afã de trazer um continuo rejuvenescimento para o ser humano, porém a vida passa mais rápido do à gente possa imaginar, e inevitavelmente as rugas e os sinais da velhice vão aparecendo.

Há um texto bíblico que traz a metáfora da flor, e dessa forma elucida nos lembrando que a vida humana pode ser comparada a uma flor, que de manhã nasce à tarde desabrocha e a noite seca. Olho para essa frase com olhares atentos e observadores, por se tratar de uma verdade lógica, no entanto paradoxalmente profunda.

A vida passa muito rápida, muitas vezes ficamos presos na rotina frenética do dia-dia que em muitos dos casos não nos leva a lugar algum. Outras vezes estamos emaranhado na letargia das mesmices vãs, apáticos e como um barco a deriva canalizamos nossas energias numa grande e diabólica “maquina” chamada capitalismo.

O tempo vai passando e nossas energias vão se esvaindo, como a água escorre das nossas mãos na tentativa de segurá-las, assim o tempo vai passando e não conseguimos cortar o cordão bilical da religiosidade, que na maioria das vezes cria um mundo difícil de viver.

E em nome do zelo religioso as pessoas criam-se “mundos” de aparências de “piedades” difíceis de conviver, se envolvem com todos os tipos de funções/serviços religiosos em troca de alguns favores divinos. Preocupamos-nos mais com que os outros pensam de nós do que necessariamente que conceito Deus tem de minha pessoa.

Nesses mergulhos nos profundos mares das atividades religiosas “trabalhamos tanto para Deus que não temos, mas tempo para Deus”, é paradoxal, no entanto é verdadeiro, nos envolvemos em tudo quanto é projeto a ponto de negligenciarmos a família, os amigos, aquela oração informal, aquela bela canção na manhã de uma segunda-feira ociosa, parar para ouvir aquele amigo que esta com problema, fazer uma visita àquela pessoa tão querida que esta enferma, brincar com os filhos, passear com a namorada, com a noiva ou com esposa, ler a Bíblia sem preocupação de fazer uma analise exegética do texto, mas ler simplesmente para nos deliciarmos das maravilhas de um Deus maravilhoso.

Esse texto é um apelo a prestarmos mais atenção no óbvio, enxergamos as pequenas coisas do dia-dia, valorizarmos a presença maravilhosa do Senhor Espírito Santo que esta conosco todos os dias, se manifestando das mais variadas formas, e o mais interessante é que Ele o Espírito Santo esta conosco todos os dias, mas às vezes vivemos tanto no piloto-automático que nem percebemos suas atuação, C. S. Lewis já dizia “que homem na tentativa de buscar Deus nas grandes coisas O perde nas pequenas...”.

*Bacharel em Teologia
Graduando Psicologia
Pós-graduando Metodologia da Ação Docente

Bob Marley

Os ventos que as vezes tiram
algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que
aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi
dado.Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai
para sempre...

"É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores,
mesmo correndo o risco de perder tudo,
do que permanecer estático,
como os pobres de espírito,
que não lutam,
mas também não vencem,
que não conhecem a dor da derrota,
nem a glória de ressurgir dos escombros.
Esses pobres de espírito,
ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido,
mas desculpam-se perante Ele,
por terem apenas passado pela vida..."

ORAÇÃO AO DEUS DESCONHECIDO

Por Friedrich Nietzsche

Antes de prosseguir em meu caminho e lançar o meu olhar
para a frente uma vez mais, elevo, só, minhas mãos a Ti na
direção de quem fujo.

A Ti, das profundezas de meu coração, tenho dedicado altares
festivos para que, em cada momento, Tua voz me pudesse chamar.

Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:
“Ao Deus desconhecido”.

Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.

Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.

Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-Lo.

Eu quero Te conhecer, desconhecido.

Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.

Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero Te conhecer, quere servir só a Ti.

EU SEI, MAS NÃO DEVIA

*Um poema de Marina Colasanti

EU SEI QUE A GENTE SE ACOSTUMA. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.

E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.
As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.
Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Dízimo religioso: Uma falácia medieval e nunca foi praticado por Jesus Cristo

Por Arqueleu Cunha

Em primeiro lugar vamos esclarecer o que era a lei do dízimo na Bíblia. Era uma lei cerimonial e provisória que servia para alimentar uma família sacerdotal de vida humilde proibida de ter propriedades. Era parte da Velha Aliança escrita por Moisés e que foi abolida por CRISTO ao morrer na cruz. JESUS então instituiu a Nova e Eterna Aliança. A lei do dízimo na Bíblia era alimento e jamais foi dinheiro. Além do mais era uma obrigação somente para os donos de gados, e que tivessem a partir de dez gados, pois quem possuía até o nono gado não dizimava. Também era uma obrigação para os agricultores que produziam em suas terras grãos e frutas. Qualquer outro tipo de atividade não dizimava segundo as leis da Bíblia. Veja na Bíblia Levítico 27:30-32. Depois some a isso: "Nada acrescentes às Suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso." Provérbios 30:6.

Quem quer impor tal lei sobre os cristãos é porque "os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em CRISTO, é removido. Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao SENHOR, o véu lhe é retirado. Ora, o Senhor é o ESPÍRITO; e, onde está o ESPÍRITO do Senhor, aí há liberdade." 2 Coríntios 3:14-17.

Ainda se alguém insiste em fazer a bênção depender da prática cerimonial dos dízimos, que é uma lei levítica e que não passa de alimentos e foi engenhosamente transformada em dinheiro, contudo nós "pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de DEUS; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de DEUS, pela manifestação da verdade." 2Cr.4:2.

Adulterando a Palavra astuciosamente, num passado distante, fizeram o dízimo virar dinheiro e o tornaram um requisito de bênção ou maldição para os cristãos. Porém "Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las." Gl.3:10.

Se alguém quer restaurar a lei dos dízimos terá que restaurar tudo mais que a lei cerimonial o diz, como o sacerdócio levítico, o Templo no monte Sião, lugar para onde tinha que ser obrigatoriamente levado o dízimo, pois o lugar e o dízimo e os demais rituais eram inseparáveis (e isso será a parte mais difícil porque no lugar do Templo foi construído uma Mesquita islâmica), também terá que restaurar a circuncisão, os sacrifícios, rituais, os sete sábados cerimônias, etc. Mas se para sermos salvos temos que dizimar e se a bênção e "a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu CRISTO em vão." Gl.2:21.

"De CRISTO vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. Porque nós, pelo ESPÍRITO, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque, em CRISTO JESUS, nem a circuncisão, nem a incircuncisa têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor. Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?" Gl.5:4-7. A circuncisão era para os judeus o que o dízimo de dinheiro se tornou hoje para as ordens religiosas e para os cristãos que conseguiram dominar.

Deveriam, contudo mudar o nome de dízimo para imposto religioso, tributo religioso, mensalão ou qualquer outro nome. O dízimo de hoje não é o dízimo bíblico. Eu não entrego um dízimo de meus rendimentos para uma organização religiosa porque sou seguidor de JESUS e não de homens. JESUS jamais pagou ou entregou algum dízimo. Dizimar nunca foi uma obra de JESUS, nem dos apóstolos, nem de qualquer cristão.

A lei levítica com o sacerdote, os dízimos que os sustentavam, a circuncisão, sinal desta aliança, o Templo, que era chamada casa de Oração, casa de DEUS, um lugar físico e fixo para adoração, os rituais e os sacrifícios, tudo isso era um ensino provisório e "serviu de aio para nos conduzir a CRISTO, a fim de que fôssemos justificados por fé." E "tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio." Gl.3:24.

Assim o Templo construído por mãos humanas, o sacerdócio carnal, imperfeito e mortal, os dízimos que os sustentava com comidas, pois jamais foram dinheiro, as bebidas, as abluções e toda sorte de rituais, constituíam a lei cerimonial que foi dada por Moisés "quatrocentos e trinta anos depois" de Abraão. Gálatas 3:24. E era "sombra dos bens vindouros", "os quais não passam de ordenanças da carne, baseadas somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo oportuno de reforma". Hb.9:10.

O profeta Malaquias defendeu a lei dos dízimos de alimentos de que falou Moisés para que houvesse comida no Templo e jamais dízimos de dinheiro. Isso ele fez porque viveu no regime da lei de Moisés, quatrocentos anos antes da vinda de CRISTO. Malaquias mesmo foi claro em seu discurso baseado no que ele mesmo disse: "a aliança de Levi". Malaquias 2:8. Malaquias escreveu para defender a "lei de Moisés" a Velha Aliança e não a Nova Aliança. Malaquias 4:4.

Mas depois que JESUS morreu na cruz "aboliu, na Sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças," "tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz". Efésios 2:15, Colossenses 2:14.

Desta forma não há um verso no Novo Testamento em que algum cristão praticou a lei de Moisés quanto aos dízimos. Por isso nenhum profeta do Novo Testamento repreende a igreja de CRISTO que não praticava essa lei de dízimos que era uma lei provisória de Moisés.

E se alguém está pensando que tem que sustentar algum pastor com 10% de seu salário, onde está esse mandamento no Novo Testamento? Nunca a igreja de CRISTO ou qualquer cristão recebeu dízimos no Novo Testamento. Esse mandamento foi promulgado pelo homem e não por JESUS CRISTO.

A final de contas, quem inventou esse dízimo de dinheiro? No sexto século depois da morte de JESUS, a igreja católica romana do Papa inventou um dízimo de dinheiro. No início era algo voluntário para sustentar o novo governo que se estabeleceu na Terra. Esse novo governo usou o nome de igreja.

Anos depois da invenção desse negócio, o dízimo de dinheiro já não era suficiente como uma doação voluntária para a igreja. Assim foi que no ano de 785 depois de CRISTO, o rei Carlos Magno, zeloso católico, criou esse dízimo praticado pelas igrejas até aos dias de hoje.

Pervertendo as Escrituras os líderes religiosos da idade das trevas, auxiliados pelos reis, criaram um sistema financeiro e deram a ele o nome de dízimo. Falsificaram a religião de JESUS CRISTO e a idade das trevas ainda não acabou para a maioria dos cristãos. Que não haja orgulho nessa questão, mas que humildemente haja reconhecimento do erro.

A Igreja Católica, inventora do dízimo de dinheiro e do governo religioso, considerada por evangélicos como a Babilônia e o Papa como a Besta, reconheceram a falácia da criação infundada de um dízimo de dinheiro e o Papa Bento XVI extinguiu o termo "dízimos" do quinto Mandamento da Igreja. Promulgado em 28 de junho de 2005 e republicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

Quero todo meu dinheiro de volta, pois fui iludido nesse negócio. Fizeram-me pensar que estava dando dinheiro para DEUS, mas na verdade para um empresa religiosa, para um governo de homens. Será que vão devolver o meu dinheiro para que eu possa entregar finalmente para DEUS? E os meus quinze anos de serviço fiel a essa instituição? Quem pode me devolver? E os danos morais que me causaram por todo constrangimento que passei de ser excomungado, sem contar os dolos extraoficiais frutos das más línguas, as afrontas e injúrias?!

Graças a DEUS que apesar de toda injustiça praticada em nome dEle, Ele foi maior em minha vida e hoje olhando para Ele sem os óculos da religião criada pelos homens, posso afirmar que Ele é justo com Seus filhos e que no Reino dEle não há exploração e desigualdade.

Te amo mais JESUS, mais que nunca. Celebro tua bondade e justiça, Rei Eterno. Somente Tu És o meu Pastor e nada me falta. Louvado sejas ó ETERNO, pois agora Vós passastes a reinar! Na minha vida foi deixado com César o que era dele, o governo deste mundo; e foi dado a Ti o governo de minha fé. Aconteceu a separação dos poderes. Aos homens os governos do mundo e a JESUS o governo da fé, o Reino dos Céus. Virás buscar o Teu rebanho e não o rebanho dos outros pastores, pois os que se apropriam de ovelhas alheias são ladrões e salteadores.

Quem dera entendessem o que dissestes quando desafiado pelos líderes religiosos "Dai a César o que é de César e a DEUS o que é de DEUS." Mateus 22:21. A cara de César ainda está no dinheiro, mas a Tua JESUS está no rosto dos homens, dos fiéis, dos pequeninos, dos esquecidos. Que os líderes religiosos deixem o poder e o domínio com os governantes desse mundo e se querem governar e exercer domínio aproveitem a democracia e reconheçam que todo governo nesse mundo é de César, mas o governo religioso pertence somente a DEUS.

Quando os apóstolos pensaram em um governo religioso liderado por CRISTO e partilhado com eles, "JESUS, chamando-os para junto de Si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos." Marcos 10:42-45.

Enquanto os fariseus exerciam governo religioso sobre as pessoas, elas não puderam receber o único e verdadeiro Pastor nem entrar no Reino de DEUS e eles mesmos enquanto exercem administração religiosa não dão a DEUS o que é de DEUS. Aprisionam as pessoas a si mesmos, a sua forma de fé. A vida dos homens que confiam em sua liderança religiosa é transformada em base da pirâmide de seu governo religioso.

Quando JESUS falava Reino dos Céus, é porque ele é dos Céus mesmo e não da Terra. Continuo orando "venha o Teu Reino" porque o Reino dEle está vindo, mas enquanto ele não vem é um Reino espiritual. "Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de DEUS, Jesus lhes respondeu: Não vem o Reino de DEUS com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de DEUS está dentro de vós." Lucas 17:20-21.

Quem rejeita qualquer governo religioso e faz de JESUS seu único pastor, vivendo Suas práticas de caridade, está vivendo a religião de DEUS. O que passa disso é religião de homens.

Não existe nem um verso na Bíblia em que a igreja de CRISTO praticava a lei dos dízimos.. A promessa de salvação é para o vencedor, e o vencedor é aquele "que guardar até ao fim as Minhas obras," disse JESUS. Apocalipse 2:26., e assim não pode ser chamado. É como o batismo praticado com um pouco de água na cabeça. É chamado mundialmente de batismo, mas não pode ser chamado de batismo, pois batismo na Bíblia é a prática de mergulhar em água. Tanto a palavra batismo como dízimo está com o sentido corrompido, fazendo a Bíblia dizer o que ela nunca disse., mas não dízimo, pois dízimo é uma lei cerimonial de alimentos para um sacerdócio levítico da lei de Moisés, pertencente a um sacerdócio imperfeito e provisório de um templo feito por mãos humanas cujos serviços foram abolidos.

A DESMEDIDA COBRANÇA DO DÍZIMO

*Por Julio César Cardoso

O dízimo não pode ser cobrado dos fiéis como uma obrigação, como se tem observado nas igrejas ou recintos religiosos. A religião não pode ser uma troca de interesses. A opção à prática religiosa é uma decisão e manifestação espontânea emanada de cada ser. É evidente que um cidadão sem Deus - um ateu, um apóstata ou agnóstico -, é um cidadão sem espírito desenvolvido, ególatra e presunçoso com as coisas materiais. Mas a crença num ser superior - no construtor do Universo e da vida - pode ser exercitada também fora de qualquer recinto religioso

Os dirigentes de igrejas, quaisquer que sejam os segmentos religiosos, deveriam respeitar mais a credulidade de incautos fiéis ao proclamarem os insistentes apelos para a contribuição do dízimo. Pessoas pobres e humildes estão sendo facilmente convencidas a verter suas parcas economias ou salários a igrejas. Verifica-se um prevalecimento indecoroso sobre essa gente: a compulsória exigência da contribuição do dízimo como uma lição divina e bíblica. Estão usando o nome de Deus para abiscoitar recursos de fiéis em vez de pregarem os sentimentos religiosos, altruísticos, humanos, éticos e morais que deveriam nortear todos os cristãos.

O dízimo não pode estar em primeiro lugar no altar de qualquer igreja. Há cântico religioso cuja letra de apelo sensibilizador fala, por exemplo, que o dízimo é "fruto de meu trabalho, de meu suor e que a minha contribuição me faz muita falta, mas se justifica pelo amor a Deus".

Quem freqüenta, por exemplo, a Igreja Católica, pode constatar que a maioria dos misseiros não é formada por pessoas tão carentes a ponto de afirmarem que aquela contribuição (dízimo) lhe faz muita falta, mas se justifica por amor a Deus. E eu fico refletindo: como alguém possuidor de bens, haveres e abonados tem a heresia de dizer que "essa contribuição lhe faz muita falta"?

Hoje, os apelos ao dízimo transcendem à decência bíblica. Outro dia fui surpreendido em uma igreja com a entrada repentina de duas pessoas erguendo faixa conclamando, em letras garrafais, a obrigação de contribuição do dízimo. Jesus Cristo deve ter ficado envergonhado com aquela inusitada cena. Nunca tinha presenciado, em missas, a reiterada insistência de um clérigo para que os fieis trouxessem seus dízimos para serem abençoados em frente ao altar.

Nos primórdios da civilização cristã, pode-se até compreender a necessidade ou cooperação enfática dada à contribuição do dízimo, pois se vivenciava um período de cenário diferente, ou seja, de simplicidade e pobreza. Mas hoje não se justifica falar dessa prebenda com a conotação que lhe é dada. As igrejas têm recursos econômicos e financeiros. Eu nunca vi, por exemplo, na Igreja Católica, um padre pobre, pedindo esmola ou emprego. A Santa Sé tem até banco - o Banco do Vaticano. E segundo reportagem publicada em 27/07/2007 pela revista semanal italiana L’Espresso, as doações de fieis à Igreja Católica cresceram 58% em 2006 relação ao ano anterior, isto é, US$ 101,9 milhões.

Há canais de televisão, jornais e outros haveres pertencentes a igrejas, como a Universal do Reino de Deus, de propriedade do bispo Edir Macedo. Tudo, nas igrejas, é feito com a contribuição dos fiéis. As igrejas deveriam também ser obrigadas a publicar os seus balanços patrimoniais. Por outro lado, jamais se ouviu que tal igreja contribuiu com qualquer quantia às vítimas de calamidades ou eventos sinistros, quer seja aqui no Brasil ou no exterior. Por que essa contínua apelação desmedida ao dízimo?

*É Bacharel em Direito e servidor público federal aposentado. E-mail: juliocmcardoso@hotmail.com Balneário Camboriú - Santa Catarina

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dar Dízimos e Ofertas para Igreja é dar Dízimos e Ofertas para Deus? / II

*Por Anderson Souza

O canal Futura em uma de suas campanhas publicitárias veicula a seguinte frase “Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas”. De fato as pessoas têm um afã muito grande em obter respostas, o ser humano desde que mundo é mundo busca por resoluções, sempre na boa (ou não) intenção de sedar as mais intrigantes indagações, sejam verbais ou mentais.

A resposta a interrogativa feita na construção do título, de fato pode levar alguém a honra pela coragem do embate, ou levar a cabeça a guilhotina, em função dessa temática se encontrar no campo da conflitualidade. Entretanto, em função da espiritualização, da sacralização e a cristalização do dízimo no decorrer dos anos, urge a necessidade de engavetar as ânsias de repostas, e debruçar em cima de perguntas e indagações que permitirão uma viagem histórica, bíblica e teológica, na busca esclarecedora proporcionado pelo Espírito de Deus.

A palavra dízimo é extraída do vocábulo hebraico maasor, que aparece dezenas de vezes no Antigo Testamento e não mais que uma dezena de vez no Novo Testamento. É um termo matemático que inquestionavelmente significa 10%, ou a décima parte; essa décima parte não correspondia ao dinheiro como habitualmente conhecemos hoje. Os dez por cento veterotestámentario eram de característica agropastoril, usualmente do produto da terra, separados no final da colheita juntamente com gados e em geral destinado ao sacerdote ou templo. Essa prática de dizimar oscilava na entrega, pois diferentemente dos dias de atuais que a entrega é mensal, a sua entrega era ou anual ou a cada três anos.

Deve-se entender que o termo dízimo não é propriedade e nem exclusividade do sistema religioso, segundo Colin Brown (p. 594, 2000) o dízimo era um costume muito antigo, possivelmente de data anterior a história de Israel, não confinado aos povos semíticos, mas incluindo os povos indo-germânicos, entre outros povos circunvizinhos. Dessa forma não há muita clareza nas fontes existente quanto ao fato do dízimo ter sido escolhido para “imposto” sagrado, historicamente isto não fica claro.

O dízimo aparece no contexto religioso com o personagem de Abraão, e a primeira referência bíblica é registrado no livro do Gêneses e a última referência ainda no Antigo Testamento esta no livro de Malaquias. Uma leitura descuidada dos textos bíblicos incorre-se o risco de empacotar o dízimo dentro do mesmo recipiente do entendimento, sem observar suas variações semânticas.

É exatamente isso que tem acontecido, quando alguém ou um membro toca no assunto do dízimo, na intenção de participar como sujeito ativo no Reino de Deus, a perceptividade que se tem é que automaticamente se instala um cenário hostil, muitos líderes e até mesmo fiéis ficam coléricos, porque pressupõem que suas supostas “verdades” estão sendo atacadas. É importante mencionar que o conhecimento não pode ser cristalizado, e sim entrar num processo de desconstrução e reconstrução, justamente porque muitas vezes a interpretação dos textos bíblicos não tem sido criteriosa quanto ao campo hermenêutico nem ao menos biblicamente coerente, e sim conveniente com a interpretação institucional.

De acordo com Brown (p. 594, 2000) no decorrer da história o dízimo passou ter uma combinação do secular com o sagrado; no secular por vezes o dízimo era um assunto político, uma espécie de imposto pago aos reis pelo povo, ou cobrado pelos conquistadores de nações conquistadas. Prova disto é que nos relatos bíblico-históricos mostra que na Babilônia durante o reinado de Nabucodonosor II, todos inclusive o rei pagava o dízimo, sem necessariamente ser religioso. Basta um pouco de dedicação e interesse para observar que existem inúmeros relatos quanto ao dízimo como imposto. Navegando pela rede mundial de computadores/WEB é possível encontrar uma definição no portal Wikipedia justamente sobre esse desdobramento:

No livro bíblico de 1ª Samuel, a história da transição do regime administrativo do Estado Israel da teocracia para monarquia, indica uma origem do significante e não somente do significado do termo "dízimo": Insatisfeito com as ingerências dos filhos do líder teocrático Samuel, uma comissão, nomeada pelo povo, pediu um rei e Samuel protestou, alegando que um rei dizimaria o melhor do PIB da população, nota-se o sentido de "consumir" na palavra "dízimo", o imposto único de Israel, quando no governo monárquico, chamava-se dízimo e era estipulado pelo rei, cujo percentual de cobrança era determinado de forma arbitrária pelo mesmo; O imposto era então depositado na "Casa do Tesouro", uma espécie rudimentar da "casa da Moeda", e localizava-se dentro do templo de Salomão, em Jerusalém, capital do Reino. Pode-se dizer que o dízimo era um imposto régio, com conotações religiosas, incisivas às pessoas, pelo seu caráter compulsório e de cunho religioso, por isso, em regimes não-teocráticos, como o do mundo ocidental, o dízimo não tem razão de ser, pois a carga tributária está inserida na produção e serviço e as contribuições voluntárias bastam para a manutenção do sistema religioso.

É óbvio que a Wikipédia não é um site teológico e que nem todo o seu conteúdo é tido como fonte confiável, entretanto a respeito da temática em que está sendo trabalhada, ela possui coerência teológica e subsídio bíblico e histórico. Essa leitura crítica-reflexiva, quebra a idéia de que o dízimo era somente um ato de fé. Sim, em alguns casos até poderia ser, fosse um ato de fé ou de gratidão, isso é inegável, porém, de acordo com os relatos históricos, o dízimo era mais que um ato de fé era uma obrigatoriedade, o que não anula a fé. Portanto saber disso faz toda a diferença, porque agora, a contribuição não passa ser uma mecânica, muito menos uma barganha, mas sim uma atitude voluntária e consciente.

Esse ensaio, não é um ataque diretamente ao dízimo, muito menos uma apologia à atitudes mesquinha e egoístas, de pessoas que não contribuem com o Reino de Deus. É muito óbvio que no sistema atual denominado Capitalismo, a mediação financeira se da através do dinheiro, de maneira que não é preciso que atualmente os fiéis entregue sacas de grãos (milho, arroz, feijão, etc.), ou gados e novilhos para a igreja. É coerente e legítimo que as contribuições sejam em dinheiro, inclusive há a necessidade da contribuição, seja como dízimos [não como lei, mas como graça e amor], ou como ofertas. Entretanto os valores arrecadados não são para manter um modus vivendi de regalias, nem tão pouco para construir palácios bem ornamentados, até porque, esta registrado na Bíblia no livro de Atos dos Apóstolos: “Que Deus não habita em santuários feito por mãos humanas [...]”, mas sim habita no SER igreja; as contribuições seja ela qual for é para facilitar a vida humana, ajudar o próximo [os orfãos, as viúvas, os pobres, os mendigos e todas as pessoas necessitadas], investir em pessoas. Enteder a igreja é enteder que a igreja é cada um que tenha Jesus como Senhor e Salvador, seja o rico, mas também o pobre; o próspero empresário, mas também o favelado marginalizado; o grande líder religioso, mas também o leigo analfabeto e ignorante; porque um dos princípios do Evangelho não é o TER mais sim o SER.

[continua...]

*Bacharel em Teologia
Graduando Psicologia
Pós-graduando Metodologia da Ação Docente

Referência:
BROWN, Colin. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2000.
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