sábado, 17 de abril de 2010

Metamorfose Ambulante


Por Raul Seixas

Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

Eu vou lhe dizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo
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Raul sempre foi uma cara muito polêmico, a percepção que se tem, é que Raul viveu a frente de seu tempo. Suas músicas, suas composições, sempre com um teor muito crítico, denununciando estruturas de conjunturas da sua época.

Além da abordagem critica musical, as letras que compõem suas músicas, também é encharcada de uma carga humana-existencial. Raul consegue expressar através da arte musical, as ânsias, angústicas, tristezas, felicidades, certezas e incertezas que atravessam a alma humana.

De fato essa compreensão veio ser pontencializada, após algumas aulas de psicologia social. Durantes as aulas trabalhamos com conceitos foucaultianos, de que o homem é produto e produtor da história, de modo que a música de Raul demonstra de forma artística que somos atravessados de muitos sentimentos, emoções, a todo instante nosso comportamento esta sofrendo essa mutação ambulante.

Alguns momentos estamos alegres, no instante seguinte a tristeza invade nossa alma, por vezes estamos satisfeitos com o que temos ou com o que somos, entrentanto num "piscar-de-olhos" estamos angustiados e insatisfeitos com nossas conquistas, por que de fato, Paulo Freiro tinha toda razão quando disse: "A pessoa não é, ela esta sendo".

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