domingo, 30 de maio de 2010

PRECIPITAR


Por Anderson Souza

Não sei por qual motivo [apesar de suspeitar], mas, por esses dias a palavra PRECIPITAR ficou orbitando em minha mente, pode ser pelas situações recém-vivenciadas, ou pela quantidade de vezes em que a ouvi, e diante dessa demanda mental e verborrágica, curiosamente fui averiguar a semântica dessa palavra e consultei o “Pai dos Burros”, para ter uma melhor compreensão e encontrei a seguinte definição: Ato ou efeito de precipitar-se, pressa irrefletida; não muito satisfeito insisti nessa definição e deparei-me com: Atirar, lançar, arremessar (em situação desfavorável).

Em suma precipitar é se antevir por algo que não se sabe ao certo o que vai acontecer, mas que pode acontecer, isso ocorre numa tomada de decisão antes da hora ou do momento adequado. De fato, precipitar na vida acarreta em algumas conseqüências, e isso pode ser bom ou ruim [ao que parece geralmente é ruim], entretanto fico refletindo: Como não se precipitar?

Bom, o ideal era que se aprendesse a não se precipitar sem se precipitar, e como isso seria possível? Talvez através do método de observação, observo alguém que se precipite e logo não precipitarei. Porém, isso nem sempre é possível, ou melhor, geralmente não funciona assim, aprendemos algo com muita eficácia quando sensorialmente passa por “nossa pele”, ou seja, aprendo a não precipitar, precipitando.

Exatamente isso, a idéia empregada não é apenas um trocadilho e palavras, de fato no ato da precipitação, entende-se que alguém esta sendo precipitado e que talvez devesse estar sendo, porém esse entendimento surge justamente pelo fato de estar precipitando. Logo, compreende-se que em muitas situações e precipitações da vida, é quase que inevitável não se precipitar, simplesmente pelo fato de que nem sempre se consegue fazer a leitura correta da situação.

De modo que, à medida que vai se precipitando aprendesse a não mais se precipitar, e diante desse processo agregador de experiência, as escolhas da vida passam por filtros da sabedoria, da paciência e do bom senso. Saber disso, ou entender dessa forma, ajuda-nos a lidar com escolhas boas e más sucedidas na história de nossas vidas, e nos alenta a não mais nos autocomiserar pelas percas na nossa trajetória, e sim nos estimular a enfrentar a vida na esperança de que as boas e/ou melhores escolhas da vida estão por vir.

Cacete de Agulha