domingo, 9 de junho de 2013

FDS

Mais um final de semana chegou,
chegou mais um final do final de semana,
o final que indica o começo,
o começo trazido pelo final,
o final que se posiciona no meio,
logo, não tem final, não tem começo e não tem meio,
o que tem, é mais um dormir,
mais um levantar,
mais um trabalhar,
mais um tentar,
mais um viver, 
viver?
Viver!
viver.

ALCIONE: O QUE EU FAÇO AMANHÃ

De repente você vem dizer
Que não sente mais nada
Que o sonho acabou
E que já não dá mais pra ficar
Você fala de amor feito um jogo
De cartas marcadas
Como roupa surrada
Que a gente se cansa de usar
De repente você já nem vê
O que faz mais sentido
E me joga na cara palavras
Que fazem doer demais
Bate a porta e me deixa assim
Sem saber o que faço de mim
Sem saber o que eu digo pra mim
Se você me deixar
Que é que eu faço amanhã
Quando eu me levantar
E não ter mais teu corpo prá me aconchegar
Não sentir teus abraços
Querendo apertar o que sempre foi teu
Que é que eu digo à saudade
Quando ela chegar
E o desejo na boca querendo beijar
Que é que eu faço pra me acostumar a viver sem você

Creio e duvido - duvido, mas, creio.

Disseram-me que se eu orasse, rezasse, clamasse e suplicasse o Senhor ouviria. Aliás, me disseram que, se eu orasse, rezasse, clamasse e suplicasse você me ouviria.
Cresci ouvindo que você estava ali ou aqui, pertinho, pronto para um acolhimento. Acreditar nisso é e foi ou foi e é um bálsamo a minha mente ferida e cansada, e não me importa se assim é ou se assim foi, o formidável é que a sensação estava instalada.
Mas, hoje, especificamente hoje, tá difícil, muito difícil e não obstante a tudo isso, de alguma maneira eu continuo crendo, mas, paradoxalmente duvidando.
Sim, tenho muitas dúvidas e o interessante é que não as quero perdê-las.
Não quero viver de e com certezas, apenas quero fazer as pazes com o improvável. Penso que esse é o caminho mais difícil, no entanto não vejo outro, aliás, os outros não me satisfazem, não porque os escolho, mas, porque não me atendem.
Na tentativa de pensar na possibilidade de relativizá-lo, me pego escrevendo tudo isso, logo, rui toda e qualquer possibilidade e tentativa de relativizá-lo.
Cadê você? Onde está? Ou será que não está? Ou estará capciosa e obviamente perto, tão perto que não o vejo. Logo, o problema não é de quem aparece, mas, sim de quem não pode ver.
Não tenho conseguido vê-lo, ouvi-lo, todavia, não consigo fazer a mesma afirmação com relação ao senti-lo.
Misteriosamente sinto algo ou alguma coisa, porém, isso se perde nas minhas dúvidas, e por se perder não consigo mais nomear, afirmar e aos poucos nem mais falar sobre... Talvez isso seja bom, porque também nãos as quero. E o que eu quero? Não, sei. Talvez continuar duvidando, mas, crendo.

O TEMPO

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.


Por Mario Quintana