domingo, 20 de março de 2011

Escolhas... Escolhe a vida.


*Por Luigi Pirandello

"O aspecto trágico da vida está precisamente nessa lei a que o homem é forçado a obedecer, a lei que o obriga a ser um.
Cada qual pode ser um, nenhum, cem mil, mas a escolha é um imperativo necessário.
E é essa escolha que organiza a nossa harmonia individual, o sentimento de nosso equilíbrio moral.
É ela que constitui a tragédia e que faz com que os meus dramas não sejam simples farsas.
Ele apresentam uma lei de sacrifício:
o sacrifício da multidão de vidas que poderíamos viver e que, no entanto, não vivemos."


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Luigi Pirandello (1867-1936) Nasceu na Sicília, numa localidade chamada Caos. A sua vida foi, como escreveu, a “involuntária passagem pela terra de um filho do caos.” Frequenta a Universidade, primeiro em Roma, depois em Bona, onde se licencia em Filologia Românica. A partir de 1892, estabelece-se em Roma onde inicia a sua carreira literária, aconselhado pelo seu conterrâneo Luigi Capuana a escrever narrativas. Em 1901, publica o primeiro romance, L'esclusa e, em 1902, Il turno. Autor de uma obra vasta, Pirandello escreveu diversos romances, contos e novelas que foram compilados sob o título de Novelle per un anno(15 vols., 1922-37). Com Ele Foi Matias Pascal, romance publicado em 1904, obteve um enorme êxito editorial. Dos seus seis romances, os mais conhecidos são Ele Foi Matias Pascal (1904) eUm, ninguém e cem mil (1926). Será a partir de 1915 que começa a sua carreira triunfal de autor dramático, com obras como Cautela Libertino!, Limões da Sicília, Liolà (1916), Para Cada Um a Sua Verdade, O Barrete de Guizos, A Volúpia da Honra (1917), Ma Non È Una Cosa Seria e Il Giuoco delle Parti (1918), muitas delas tendo origem nas suas novelas ou contos. Em 1918 publica o primeiro volume do teatro sob o título Máscaras nuas, título que é todo um programa. Com La Nuova Colonia (1928) inaugura uma série de textos que irão constituir o seu derradeiro ciclo, o dos «mitos» modernos, que culmina nos Gigantes da Montanha, texto inacabado. Desta sua última fase é também crucial o texto Esta Noite Improvisa-se (1930) onde especula sobre a vida, a criação e o teatro. Em 1931, esteve em Lisboa, no Congresso da Critica, tendo assistido à estreia de Um Sonho, Mas Talvez Não, na companhia Rey Colaço-Robles Monteiro. Em 1934 é-lhe atribuído o prémio Nobel.

Contribuição: Livros Cotovia (site)

Globalização e massificação...





[...] "A globalização e a massificação atacam as verdades
com promessas de felicidades e de liberdade quando,
na realidade, propõem caminhos onde a liberdade é cortada". [...]
(Flávio Rotta Corrêa)




Pensar...

Por Viviane Forrester

“Pensar é algo que certamente não se aprende; é a coisa mais compartilhada do mundo, a mais espontânea, a mais inorgânica. Mas aquela também da qual se é mais afastado. Pode-se desaprender a pensar: tudo concorre para isso. Entregar-se ao pensamento demanda até mesmo audácia quando tudo se opõe, e , em primeiro lugar, com esquecer os adjetivos que o apresentam como austero, árduo, repugnante, inerte, elitista, paralisante e de um tédio sem limites. Frustrar as artimanhas que fazem crer na separação entre o intelectual e o visceral, entre o pensamento e a emoção. Quando se consegue isso, é como se fosse a eterna salvação! E isso pode permitir a cada um tornar-se, para o bem ou para o mal, um habitante de pleno direito, autônomo, seja qual for seu estatuto. Não é de surpreender que isso não seja nem um pouco encorajado”.