O processo da religião é o subir nos degraus da hierarquia, materializada nas mais diferentes titulações. De modo que, nessas hierarquias se estabelece freqüentemente relações de poder, isto é, quem sabe mais é servido por quem sabe menos, quem esta por cima [intelectual e/ou financeiramente] "manda" em quem esta por baixo.
Construir a espiritualidade nesse paradigma, e fundamentar a vida nesses "princípios" é viver pela meritocracia, e mais ainda, é encontrar justificativa para os acúmulos de bens/dinheiros em nome de Deus ou sabe-se lá em nome de quem. Nesse sentido equivocado, é possível pessoas morarem em mansões e/ou em sofisticados apartamentos, dirigir confortáveis carros, fazer exuberantes viagens [...], e justificar a partir de seus méritos próprios...
Enquanto que 'pessoas também', moram em condições precárias e por vezes regiões periféricas e de alto risco social, quando muito têm uma bicicleta para andar, e são desprovidas financeiramente de conhecer outras geografias que vai além de seu bairro...
Todavia, o princípio do EVANGELHO é que, aquele que sabe mais tolera aquele que sabe menos, o que têm mais servi o que têm menos, o intelectual submete ao ‘conhecimento’ da pessoa ignorante, o Evangelho é o nivelar entre os que têm mais e os que têm menos, é o princípio da partilha, do amor, da solidariedade e do altruísmo.