segunda-feira, 19 de abril de 2010
ÔNIBUS 174
Sinopse:
Uma investigação cuidadosa, baseada em imagens de arquivo, entrevistas e documentos oficiais, sobre o seqüestro de um ônibus em plena zona sul do Rio de Janeiro. O incidente, que aconteceu em 12 de junho de 2000, foi filmado e transmitido ao vivo por quatro horas, paralisando o país. No filme a história do seqüestro é contada paralelamente à história de vida do seqüestrador, intercalando imagens da ocorrência policial feitas pela televisão. É revelado como um típico menino de rua carioca transforma-se em bandido e as duas narrativas dialogam, formando um discurso que transcende a ambas e mostrando ao espectador porque o Brasil é um país é tão violento.
Esta analise é realizada a partir das aulas de Psicologia Social, ministrada pela prof. Flávia Carvalhaes, quando foi exibido o documentários ÔNIBUS 174...
A tentativa de estabelecer uma ponte entre os conceitos de Identidade, representações sociais, Ideologia dentro da Psicologia Social, com o episódio do Ônibus 174, nos deparamos com a complexidade que os diversos fatores que atravessam cada um dos envolvidos, se entrelaçam, produzindo seqüencia de acontecimentos inesperados, indesejados, incalculáveis... Porém previsíveis e evitáveis.
Ao analisar o comportamento do Sandro, pode-se identificar que a identidade é um processo subjetivo mutável, que a partir dos diversos comportamentos instáveis variam da empatia á violência. A identidade reafirma-se a partir dos contextos das relações sociais, onde é atravessada por questões ideológicas e linguagens e representações sociais.
Quanto as representações sociais, é observável que a sociedade tem uma imagem pré-produzida do bandido; de forma preconceituosa a sociedade estabelece critérios de certos e errados, e todos quantos não estão de acordo com essa faixa de normalidade são taxados de bandidos, através do seu estereótipo. De forma chocante o filme expressa a ira e a justiça própria das pessoas, todos os envolvidos no documentário desejavam fazer justiça com as próprias mãos; o interessante é que a sociedade não vê o Sandro como um produto da sociedade, criado por nós mesmos, se o Sandro era o protagonista culpado do enredo, nós sociedade também somos culpados quando produzimos desigualdade e negamos direitos e dignidades a Sandro’s da vida.
O filme trabalha com sistemas ideológicos, essa observação é possível através das construções sociais. De forma inegociável a sociedade estabelece sistemas de homogeneidade, Sandro não se enquadrava nesse sistema ideológico, pois desde criança sofria na pele a perda dessas ideologias; a mãe é degolada na sua frente quando tinha apenas seis anos de idade, na seqüência vai morar coma tia, porém foge para rua, onde fica invisível até aos 22 anos de idade, essa invisibilidade foge das compreensões ideológicas.
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