Estamira, que deu nome ao premiado documentário de Marcos Prado, lançado em 2005, morreu nesta quinta-feira por falta de atendimento médico imediato para tratar uma infecção no braço no Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. O diretor do longa lamentou em sua página do Facebook a morte de sua personagem, uma senhora esquizofrênica de cerca de 60, que era catadora no lixão de Gramacho, em Duque de Caxias.
"Caros amigos, é com tristeza no coração que vos trago a notícia que há poucas horas atrás, Dona Estamira partiu dessa para uma melhor. Para aqueles que a conheceram, pessoalmente ou nas telas de cinema, sugiro um pensamento de luz para ela seguir seu caminho espiritual. Saravá, como diria meu amigo Marco Aurêlio Marcondes", escreveu Marcos que resolveu desabafar em seguida.
"Estamira ficou invisível pela falência e deficiência de nossas instituições públicas! Morreu depois de ficar dois dias esperando por atendimento nos corredores da morte do nosso maravilhoso serviço público de saúde do Miguel Couto. Ela estava com uma grave infecção no braço, mas foi tardiamente atendida. Obrigado meus políticos de Brasília, do Rio de Janeiro, que roubam nosso dinheiro e enfiam sei lá onde".
Documentário relata a história de uma senhora que cata lixo em Gramacho
Estamira relata a vida de uma senhora tachada como louca pela família e médicos, porém de uma lucidez incrível. Este foi o primeiro documentário do fotógrafo Marcos Prado, vencedor de um total de 23 prêmios nacionais e internacionais. O cenário é no aterro sanitário do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, onde são jogadas, por dia, mais de 8 mil t de lixo.
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