Pudores podres, podres pudores,
organizados e servidos como pâte brisé, ainda que saborosos.
Não obstante, as instintualidades são maquiadas de composturas,
excitações são camufladas por axiomas
e as inquietudes são docilizadas.
São muitos senhores, no entanto, todos frágeis na tentativa
de refrear os desejos.
Assim, para acalmá-los, organizam-se distrações e
entretenimentos,
na aposta de instituir uma pseudosensação de bem-estar.
A angústia não se intimida e a sua chega não tarda,
hospeda-se e não encontra resistência,
aliás, o resistir é a reinvindicação do direito ao usucapião
do corpo.
Corpo! Espécie de templo sagrado na contemporaneidade.
Templos bonitos, sofisticados, fortes, e cultos, porém, frágeis,
vencidos por uma psique-alma-mente ostracizada.
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